21 de novembro de 2015

XIV S. Vicente

Novembro é sempre um mês muito especial para a VicenTuna. É em Novembro que, mais ou menos de dois em dois anos, fazemos e partilhamos com todos os que nos seguem aquele que é o expoente máximo da nossa actividade tunante. Este não foi excepção. Depois de uma estrondosa 13ª edição de um dos maiores festivais de tunas de Lisboa, em 2015 chegou o XIV S. Vicente - A Epopeia.
A preparação começou há um ano e, desde então, todos os nossos esforços foram direccionados para dar à Aula Magna, às tunas, à FCUL e a todos os nossos amigos o maior e mais épico festival de tunas de sempre. 
Fazendo jus àquilo que (nos) temos habituado, começámos a pensar em grande. Caravela? Check. Dragão chinês? Check. Descobridores audazes? Check. Um cardume de sereias? Check
A verdade é que epopeia que é epopeia tem que ter heróis, tem que ter drama, paixões não correspondidas, tem que ter tormentas e muita superação. E foi isso que os míticos Vasco da Gama, Diogo Cão e Madalena nos trouxeram.
O festival começou com uma festa de embarque no Real República de Coimbra na sexta-feira para aquecer todos os que ainda não estavam preparados para entrar neste barco. Alguns portaram-se como reais marinheiros e nem dos enjoos provocados pelo mar se livraram (disso e das luzes a andar à roda). 
No sábado, o dia começou muito cedo para quase toda a tuna que se deslocou em massa para a Aula Magna para começar a montar cenários. Martelar, colar, pregar, serrar (pelo meio, beber baldes de café), coser, ensaiar, pintar, ajustar... Transformámos a Aula Magna num estaleiro do S. Vicente e não houve quem estivesse parado. A meio do dia começaram a chegar aquelas pessoas (tunos fundadores, tunos mais antigos, amigos da tuna, familiares que são arrastados sob promessas vãs como «É só mesmo para dares uma ajudinha.») que não vemos há anos mas que se mobilizam no dia do S. Vicente para ajudar o pessoal que cá está e continua a levar a tuna. Afinal, o S. Vicente é da tuna e a tuna é de todos.






Fotografias: Vanda Noronha 


Rapidamente, chegou a hora do início e cá vai disto. «Podemos começar?» «Epa, acho que sim. Vamos lá.»
Com uma entrada épica ao som de «Piratas das Caraíbas», orquestrado pela Orquestra Académica Portuguesa, a caravela entrou em palco de onde desceu a tripulação mais improvável que conseguimos recrutar. Com o objectivo de levar o nome de Portugal a novas paragens, começou a actuação a Estudantina Universitária de Lisboa, seguida pela ForTuna, pela escstunis e, por fim, pela Magna Tuna Cartola.




Fotografias: Vanda Noronha

De uma forma sublime, tivemos momentos pautados pela intervenção da OAP que conseguiu trazer ainda mais epicidade (!) ao festival (nota do autor: o S. Vicente também é propício ao aparecimento de neologismos).
Os nossos descobridores fizeram uma epopeia em tempo real, narrada por Camões, esse grandioso vulto da Língua Portuguesa (mas com gosto duvidoso no que toca a escolher calções corsários).






Fotografias: Vanda Noronha

No final, actuou a VicenTuna e pudemos ter, apenas então, a real dimensão da coisa: a Aula Magna estava à pinha. Todos os lugares cheios. E cheios para nos verem. Tunas, famílias, amigos, conhecidos, pessoas que nunca vimos, funcionários da UL, da FCUL, toda a gente. Por mais edições que passem, é impossível não ficar esmagado com os aplausos e com os gritos encorajadores (e se precisamos! Isto de actuar às 2h da manhã com semanas anteriores tão intensas não é para marujos). 

Fotografia: Vanda Noronha

A verdade é que é por isto que nos metemos nisto. É por este momento que passamos tantas noites em branco e é por este momento que nos focamos a 100% no festival. É só um festival de tunas? É capaz. Mas também é poder organizacional, é logística, é diplomacia, é juntar toda a gente, é ter um foco, é errar, é aprender, é gerir pessoas, é dar um grito ou dois, é saber que conseguimos e, no fim, é ficarmos orgulhosos. Por isso, é só um festival de tunas? Naaa, claramente não.
No fim, os prémios do XIV S. Vicente foram distribuídos da seguinte forma:
Melhor Pandeireta - escstunis
Melhor Estandarte - ForTuna
Melhor Instrumental - escstunis
Melhor Solista - Estudantina Universitária de Lisboa
Melhor adaptação do Tema - escstunis
Tuna Mais Tuna - Estudantina Universitária de Lisboa
Tuna do Público - Magna Tuna Cartola
Melhor Tuna - Magna Tuna Cartola
Obrigado a todas as tunas participantes por contribuírem para o espírito do S. Vicente de forma tão empenhada!



Fotografias: Vanda Noronha

O S. Vicente ficou ainda marcado pela passagem a tunos da Rapunzel e do Justino (Bieber, para os amigos). Parabéns, miúdos!
A festa continuou debaixo do C3, na nossa casa, num dia em que o frio que se fazia sentir era siberiano. Mas isso não impediu a permanência de muita gente já o sol tinha nascido, o que confirmou o que já tínhamos percebido há umas horas: mas que grande festival!
O S. Vicente só acontece porque há muitas pessoas e instituições que acreditam em nós e que estão dispostas a ajudar-nos. Desde a UL, passando pela FCUL, pela nossa AEFCL ou por todos os FCULianos e não só que se dispõem a ajudar-nos sendo guias ou staff, todos fazem parte do espectáculo. 
A VicenTuna continua e continuará a fazer coisas desta dimensão apenas porque pode contar com muitas ajudas. E é a responsabilidade que mais nos agrada: esta coisa de orgulhar a Academia Lisboeta, de saber que somos capazes.
Foi esmagador cantar as nossas músicas em conjunto com uma Aula Magna vibrante. Foi esmagador fazer rir e arrancar exclamações de surpresa de pessoas que achavam que vinham... só para um festival de tunas.
A VicenTuna, com as vozes de todos os tunos e caloiros, agradece a disponibilidade para colaborar, a adesão em peso e o apoio. Nenhuma palavra será suficiente.