A Candosa nunca mais será a mesma. Como já é tradição, a VicenTuna saiu do Campo Grande no fim-de-semana e foi colonizar outras paragens. Desta feita, foi Góis em Coimbra. Ora, Góis é em Coimbra. E era essencialmente isto que sabíamos sobre esta terra. Temperaturas negativas e frio de rachar está quieto. Sobre isso ninguém sabia nada. Então, partimos de Lisboa prontos para ir passar um fim-de-semana em amenas temperaturas, a beber água de coco e acabámos no Pólo Norte deste país à beira mar plantado. É que se Góis é frio, a Candosa (onde ficámos) é a whole nother level.
Chegámos a Góis na sexta-feira à noite, foi mais ou menos nesta altura que sentimos pela última vez as extremidades dos nossos corpos, e fomos jantar na cantina estudantil.
Depois, foi altura de um doloroso Caloiríssimo, o festival em que os caloiros da VicenTuna mostram aquilo que os Tunos lhes andam a ensinar durante o ano. Entre vozes desafinadas, porta-instrumentos de altíssima categoria e pandeiretas de salto que batem em contra-contra-tempo, os caloiros demonstraram por que é que ainda o são.
Sábado foi dia de acordar e ir almoçar na mesma cantina. A seguir, fomos actuar no centro de Góis para as gentes da terra que muito gostaram de ver uma tuna por aquelas bandas.
Durante a tarde, juntámo-nos às «Sachadeiras da Várzea», um rancho folclórico que pôs à prova a aptidão para a dança dos nossos caloiros. E assim se viu quem passou ao lado de ranchadeiro. Foi uma tarde muito animada entre duetos improváveis e onde cantámos uma outra vertente da música tradicional portuguesa.
À noite, voltámos ao Conjunto Turístico da Candosa. No entanto, antes tivemos direito a uma refeição de leitão assado digna de figurar num cenário do Astérix. É que não faltou nada.
A seguir, houve uma nova actuação e durante esta, estendemos ainda mais a família Vicente e chamámos a palco os bichos Piçarra, Serafim e Caldeira. Alegria, alegria e lá tocámos algum do repertório mais antigo da VicenTuna, como Senhora do Almortão e Feiticeira do Tejo.
No fim, fomos desafiar as leis da Física e tentar baptizar os novos caloiros sem que a água congelasse. Estes foram baptizados e receberam os nomes de Voldemort Ardente do Espaço, Patuscas e Esquentador Manel Caldeira, dados pelas madrinhas Bagageira, Precisões e Popota, respectivamente.
Seguidamente, enveredámos num jogo de cultura musical que punha mais uma vez à prova a capacidade dos caloiros de dançar, mimicar músicas e improvisar serenatas com palavras tão românticas como «canos» ou «palito». Há algum desafio que um caloiro não supere? Há.
A noite estendeu-se até de madrugada, altura em que nos recolhemos. No Domingo, foi só o tempo de acordar, tomar banho e degustar uma complexa e riquíssima refeição confeccionada pelos caloiros - esparguete à Bolonhesa.
Depois disto, volta para Lisboa. Claro que nunca se viu autocarro mais silencioso. Vinha tudo a dormir para baixo, mostrando aquilo que já se sabe: que o retiro foi um sucesso e que a VicenTuna levou a sua música e espírito a mais uma terra de Portugal.
Obrigada a todos os que nos receberam, em particular ao Conjunto Turístico da Candosa, que demonstrou que, na arte de bem receber, não há quem nos faça frente.