Tempo – “Que idiotice! Não querias mais nada?”
Croissant – “Sim, por favor, por favor! Se desse para subir a palco pela primeira vez neste S. Vicente era genial!”
Tonta caloira, sempre tão ingénua… Se isto se concretizasse, então este seria o primeiro S. Vicente em que não seria mais um dos vá… 800 espectadores habituais deste festival que há dois anos me fez chorar a rir do início ao fim e me deu vontade de virar fã tresloucada para tocar ao lado da VicenTuna. Ao invés, teria a oportunidade de pisar o grande e aterradoramente escorregadio palco da Aula Magna (“Se eu passar a caloira… qual é a probabilidade de conseguir não cair de rabo na entrada para o palco?”) e ter o privilégio de tocar com os mais antigos Tunos fundadores da Tuna da minha faculdade (“Se lhes chamar Tunosaurus rex será que sou muito praxada?”).
As tunas a concurso foram anunciadas:
- Magna Tuna Apocaliscspiana;
- Magna Tuna Cartola;
- Tuna Académica de Lisboa;
- Tuna Académica do ISCTE.

Constrói os prémios, pinta os prémios.
Escreve sketch’s, trata do alojamento, alimentação, transportes, patrocínios, festas, produção de palco, autorizações, staff, guias das tunas convidadas, bilheteiras.
Distribui cartazes, cola cartazes (lição a reter: nunca te fies na capacidade dos teus dentes em cortar fita-cola uma tarde inteira – leva tesoura!).Corre a baixa lisboeta com os teus irmãos caloiros para gravar um vídeo para a apresentação do festival. Reúne grupos de trabalho para atribuição de tarefas nos dias do festival e… tudo a postos! Já!
Sexta- feira, 26 de Novembro de 2010 - Dia 1 - Recepção das tunas
Nada melhor para consolidar um dia presumivelmente stressante (devido aos inesperados acasos de última hora típicos de um festival) do que uma frequência à cadeira com mais ECTS do teu curso (lição a reter: ainda bem que estudei antes!). Teste feito e seguem-se os últimos retoques. Para quem não sabe, existem muitos Tunos a trabalhar no estrangeiro que tiram férias nestes dias para poderem vir assistir ao festival da sua Tuna. Qual a melhor maneira de receber um “deslocado” do que convidá-lo para um grande cozido à portuguesa no quentinho do lar? De barriga cheia seguimos para o local de acolhimento das tunas convidadas: o Real República de Coimbra, situado no Bairro Alto. Este bar é conhecido pelo convívio entre tunas que lá se desenrola: cantorias, guitarradas, bom ambiente, conhecer pessoas novas e novas pessoas, recepção a tunas e essencialmente aquilo que todos temos em comum, o gosto pela música.
Sábado, 27 de Novembro de 2010 – Dia 2 - Dia do festival
Bem de manhãzinha dirigimo-nos todos à Aula Magna para a montagem do cenário no palco que durou até… bom até pouco antes do espectáculo se iniciar.
Durante a tarde foram feitas actividades com o objectivo de entreter as tunas convidadas que esperavam pela sua vez de fazer o check sound: desde arremessos de bolas de meias a pirâmides humanas, passando pela condução dificultada de carrinhos telecomandados, entre outros. O frio não ajudava e o Sol teimava em fugir mas as tunas queriam fazer juz ao tema do festival e conquistar o máximo de jogos possíveis.
«Para a guerra?! Mas eu nem fui à tropa!»
«Aii, menina, eu já não tenho olhos para fazer mira a nada»
«Desculpe, mas não estou interessado, vim cá só ver a minha filha», virando-me costas e fugindo como se eu estivesse a vender produtos cosméticos (lição a reter: quando estiver mascarada lembrar-me de iniciar a conversa com “Olá, pai! Sou eu, a tua filha.”).
Após a actuação das tunas a concurso, seguiu-se o intervalo onde a VicenTuna aproveitou para aquecer as vozes, afinar os instrumentos, a seguir aos quais a magister faz sempre um pequeno discurso:
Dorémi – (…) Bom, vamos todos para o palco tocar, cantar com muita alegria e ter orgulho no nosso festival!... e a Croissant vem connosco também!
As emoções viraram ciclone dentro de mim por ter conseguido subir a palco no S. Vicente e ter o prazer de tocar com o resto da VicenTuna, tornando-me verdadeiramente parte dela! É aterradoramente brutal actuar pela primeira vez num palco enorme como aquele, para umas quantas centenas de pessoas, com umas quantas dezenas de Vicentes ao meu lado! As músicas passavam a correr, a concentração era difícil de manter pela ansiedade de querer observar tudo ao mesmo tempo, o nervosismo dava-me arrepios ao mesmo tempo que fervia de felicidade por ter atingido aquela pequena (tão grande, na verdade) e grandiosa conquista naquela que era “a minha História”.
Findada a actuação, seguiu-se a entrega dos prémios:
- Melhor Adaptação ao Tema – Magna Tuna Apocaliscspiana
- Melhor Estandarte – Magna Tuna Cartola
- Melhor Instrumental – Tuna Académica de Lisboa
- Melhor Pandeireta – Magna Tuna Cartola
- Melhor Solista – Tuna Académica de Lisboa
- Melhor Tuna – Magna Tuna Cartola
- Tuna Mais Tuna – Magna Tuna Apocaliscspiana
Forças recuperadas, era hora de deixar tudo limpo e arrumado, apanhar as canas e continuar a festa na nossa faculdade! As horas que se seguiram voaram entre muita dança, animação e convívio.
Domingo, 28 de Novembro de 2010 – Dia 3 – Encerramento do festival


Post por:
Croissant Trocadilhos.
Nota Final
