7 de dezembro de 2012

VI Lisboa Eterna

O  fim-de-semana de 7, 8 e 9 de Dezembro começou como qualquer outro fim-de-semana de festival: atarefado, como muitas coisas em que pensar e sempre de olhos e ouvidos postos na actuação. No entanto, e para descontrair, este dia era apenas de recepção às tunas que iriam participar no VI Lisboa Eterna, o Festival Interactivo de Tunas Académicas Mistas da Tuna Académica do ISCTE-IUL, TAISCTE para os amigos. O cartaz prometia. Íamos ter hipótese de rever os nossos afilhados, a Real Tuna Infantina (da UAlg), a Tum'Acanénica que sempre nos recebeu tão bem na linda Leiria e ainda a esctunis, amigos de longa data aqui de Benfica, tão perto do Campo Grande.
A festa começou no bar da AE do ISCTE, com um informal café-concerto em que quem quisesse podia juntar-se e brilhar num registo algo diferente do tunante. A VicenTuna resolveu reunir toda a gente para tocar umas modinhas, uma vez que se tratava do primeiro e último festival do semestre e que, portanto, devia ser aproveitado em grande. No meio de músicas de arrebimba, cantou-se o Fado à despedida, um original já antigo (mas ainda assim actual!) da VicenTuna cuja imagem de marca é o sentido solo. Nada de extraordinário, «Precisões, sola aí.» e assim foi. No entanto, nesta música, há um verso em particular que os caloiros cantam com mais sentimento porque sabem que, apesar de não ser verdade, é o motor de estarem na tuna: «Mas eu sei que sou e que serei um Tuno para sempre!». Mas... não é que desta vez era a sério? Champanhe para cima, gritaria, lágrimas, incredulidade, estupefacção e nascia a Tuno Precisões. 
Fomos então para a festa com a moral elevadíssima e a mostrar de que é feita a VicenTuna. A meio da noite, a tuna trocou-nos as voltas e mostrou, contudo, que as surpresas ainda não tinham acabado quando o Cascão resolveu finalmente revelar aos caloiros que raio era aquilo que tinham andado a carregar com tanto carinho o dia todo. Seria um bolo? Uma bomba? Seria realmente o médio membro do supramencionado Tuno (embora não dito de forma tão cordial)? Não, era um coirato. Sim, só quem conhece a VicenTuna sabe da relação que temos com tão saboroso petisco, este marco da gastronomia portuguesa. Por isso, mandou-se uma caloira assar o coirato e, de caminho, trazer molhos. O que esta caloira não esperava era que este prato adquirisse um significado ainda mais especial. Afinal não é todos os dias que ficamos a saber que passámos a Tuno por um coirato! Mais chuva de champanhe, abraços, choro, coiratos para cá, coiratos para lá e Tuno Popota is in the house!
Agora sim, a festa pôde tomar rumo e foi isso mesmo que fizemos até por volta das 4h da manhã.
No Sábado, o dia da actuação, passámos o dia entre ensaios, interacções (já dissemos que este foi o festival mais interactivo de sempre?), descansos, comida e bebida. Com a aproximação da hora, o nervoso miudinho a crescer e preparativos de última hora, deu-se a notícia que as aquisições da Tuna ainda não tinham terminado e que, por isso, a bicho Vanda ia subir connosco a palco pela primeira vez. Mais uma vez, alegria alegria, mais um cavaquinho e soprano em palco e vamos lá mostrar a VicenTuna a esta sala!

A actuação decorreu muito bem, com alguns imprevistos, claro, mas com muita animação, algum improviso e interacção com o público. O que interessa é que nos divertimos como há muito não fazíamos e, como foi um fim-de-semana de estreias, estreámos a nova música 4 Caminhos, uma adaptação de Ana Lains. É de notar que esta foi ainda a segunda vez que tocámos o nosso novo instrumental Fuga y Mistério, mostrando que estamos a apostar numa renovação musical.
A resposta do público e do júri foi esmagadora como se pôde comprovar pela atribuição dos seguintes prémios à VicenTuna: Melhor Solista, Melhor Porta-Estandarte, Melhor Instrumental, Tuna do Público, Tuna Mais Tema e o tão desejado Melhor Tuna. Os prémios de Melhor Pandeireta, Melhor Interacção (interacção,does it ring a bell?) e Tuna Mais Tuna foram atribuídos à escstunis, à Real Tuna Infantina e à Tum'Acanénica, respectivamente. A euforia foi impossível de conter, tanto que houve invasão do palco e moche ao Magister em menos de 3 segundos!
De seguida, o baptismo da nova caloirinha pelo Topázio que a baptizou ternamente de Borda d'Água Maria, Bordas para os amigos. Claro que um fim-de-semana tão (em) cheio não podia terminar sem que a VicenTuna fosse dar o pezinho de dança e dar uso às senhas de bebida (e à lábia, há que convir) que tinha. 
Assim, que venham muitos mais festivais tão repletos de emoções como este que nós estamos cá é para isso! Obrigada, TAISCTE!

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