27 de fevereiro de 2014

Encontro 20 Anos da VicenTuna

E o 27 de Fevereiro chegou. A data tinha sido decidida há muito: 27 de Fevereiro, depois de começarem as aulas. É um espectáculo para os alunos, os alunos têm que vir. Por isso, fazemos o espectáculo, ainda que um mês depois do aniversário, quando os alunos possam vir. O sítio também foi decidido quase automaticamente. Faculdade. É um espectáculo para a Faculdade. Da VicenTuna para a Faculdade, claro que tem que ser na Faculdade. Onde mais?
E cresceu a ideia. Objectivo: festejar com quem nos acolhe há 20 anos aquele que é, até agora, o nosso maior orgulho - 20 anos de tuna. Uma tuna com 20 anos é uma tuna que não morre. Uma tuna com 20 anos tem várias gerações, vários tempos, várias ideias mas uma coisa em comum: a Faculdade. Tem ainda amizades. Por isso, fazia sentido festejar este marco com amigos tunantes. Convidámos então a TAISCTE e a ForTuna para virem actuar na nossa cerimónia. Então, mas se temos mais tunas, é um Encontro? É, diz que sim. A VicenTuna vai organizar um Encontro de Tunas. A VicenTuna vai meeesmo organizar um Encontro de Tunas no mesmo ano em que organizou um S. Vicente? Vai, pois. Espalha a notícia.


E o 27 de Fevereiro chegou. O dia começou cedo para Tunos e caloiros que começaram a correr de um lado para o outro de manhã e só pararam... bom, não pararam. 
Entre ultimar preparativos do cenário, surpresas para a comunidade FCULiana, comprar mantimentos para a festa posterior, receber tunas, organizar escalas, jantar em cima do joelho e abrir portas, chegaram as 21h e nós, sem percebermos muito bem como, estamos à boca de palco.
O 3.2.14 encheu até ao limite com os alunos para os quais queríamos actuar. Boa, «pessoal, a sala está cheia. Vamos começar isto.»
Começámos com uma actuação que pretendia evocar os primeiros tempos da tuna, pelo que interpretámos Sozinho, Leitaria Garrett e Senhora do Almortão. 
A seguir, e entre sketches que nos trouxeram de volta à memória personagens tão míticas como o Capitão Nemo e a sua paixão assolapada pela oleosa Lula Gigante ou ainda o T-Rex que invadiu a Aula Magna em Novembro último, actuaram os nossos amigos da TAISCTE e da ForTuna que fizeram justiça ao nosso chamamento e mostraram que isto das tunas não é só copos e guitarradas. Formam-se mesmo laços e amizades inter-geracionais e o pessoal move mesmo mundos por esta brincadeira que é ser tunante. 
No fim destas actuações, a VicenTuna voltou a subir a palco para fechar com chave de ouro este Encontro comemorativo dos 20 Anos. Tocámos então Lisboa das Cantigas, Fuga y Mistério e, obviamente, Xácara das Bruxas Dançando. Esta última é quase a nossa imagem de marca em que o esquema de bombos marca o ponto alto da música.


Isto não aconteceu contudo sem que pedíssemos que subissem a palco os dois novos Tunos Honorários da VicenTuna: Marta Santos e Español. Ambos dispensam apresentações no seio da VicenTuna e da FCUL, mas a VicenTuna sentiu a necessidade de os laurear com esta distinção, abrindo os braços e as portas da casa desta grande família. A VicenTuna não depende, nem dependerá nunca, somente de Tunos, caloiros e bichos. A VicenTuna depende de muita, inestimável e inigualável ajuda exterior que desinteressadamente nos é prestada. A VicenTuna não é só a Tuna dos Tunos, é a Tuna de Ciências, dos alunos de Ciências e da FCUL. Assim, queremos estender o agradecimento a todos os que vêm assistir às nossas actuações, ano após ano, a todos os que nos prestam apoio, os órgãos da FCUL, AEFCL, Comissões de Praxe, Conselhos de Veteranos, ATFCL e tantos, tantos outros. Os Tunos e caloiros permanecerão sempre a face mais visível da VicenTuna, mas VicenTuna somos todos. Por isso, fizemos questão de manter este espectáculo nos limites da FCUL. 
Além de tudo, este foi um espectáculo também para os Tunos que estão já afastados e/ou inactivos. Porque a tuna não chegou até aqui sem árduo trabalho, passando por tempos melhores ou piores, não atingimos 20 anos sem afinar e aperfeiçoar algumas coisas. Aprendemos muito. Neste momento, os que cá estão levam a tuna. Outros virão e outros já passaram. A continuidade da tuna só foi/é assegurada porque há quem passe o testemunho. E porque há quem o receba. E isso, dentro de um ambiente tão mutável, só pode ser bom. Por isso, e mesmo longe, estiveram todos em palco connosco (e estiveram mesmo em palco, dando corpo cara a uma caricata história). Estiveram todos em palco porque a tuna não foi o dia 27 de Fevereiro, a tuna é todos os sete mil e tal dias de tuna que já levamos (sim, houve mesmo quem tenha medido a tuna em dias).
E foi esmagador termos partilhado um «Olé olé» com a Faculdade. Porque foi esmagador o silencioso segundo que se seguiu e o eco que nos segue onde quer que vamos. Porque reforçou a ideia de que, quando gritamos que Ciências está em pé, gritamos a cinco mil e tal vozes e não a vinte ou trinta.







Sem comentários: